Transplante de Fígado
Transplante de Fígado
O transplante de fígado se tornou uma rotina desde a década de 1970 e, desde então, tem-se observado uma evolução excelente quanto à resposta dos resultados, sendo atualmente um tratamento eficaz nos casos de insuficiência hepática aguda e crônica, com taxas de sobrevida de 1 e 5 anos, maiores que 90% e 70%, respectivamente. Porém, devido à grande quantidade de pacientes em lista, principalmente pela alta prevalência de doença hepática crônica descompensada, infelizmente o número de doadores ainda é insuficiente, resultando uma alta taxa de mortalidade de pacientes na lista de espera para o transplante.
A recomendação de um transplante de fígado para o paciente deve ser analisada através dos riscos relacionados à cirurgia, da imunossupressão e da recorrência da doença de base contra os benefícios do transplante, ou seja, cada paciente tem que ser avaliado individualmente. Os órgãos são alocados de acordo com o seu grupo sanguíneo e para a sua inclusão em lista aplica-se o escore MELD (Model for End-stage Liver Disease) para os adultos e o escore PELD (Pediatric End-stage Liver Disease) para as crianças menores que 12 anos, que avaliam a gravidade da falência hepática.
Grosso modo, a indicação do transplante ocorre em 6% em pacientes com doença hepática aguda (hepatites fulminantes) e em 94% em pacientes com doença hepática crônica descompensada, associada ou não ao câncer primário do fígado e cirrose hepática de várias etiologias.
Uma pessoa que passa por um transplante de fígado poderá ter uma vida normal? São comuns os casos de rejeição?
Atualmente, com muita frequência, o paciente terá uma vida muito próxima do normal após o transplante de fígado, com um curso pós-operatório que poderá ser impactado com algumas complicações, conforme o período de seguimento do paciente (dias, semanas, meses ou anos). Nos primeiros dias ou semanas, as complicações podem ser de origem nas anastomoses vasculares, rejeição aguda e infecções bacterianas nosocomiais ou por fungos; após meses, poderão ocorrer recorrência da doença de base, toxicidade dos medicamentos, complicações biliares e infecções oportunistas, especialmente viroses; e após anos, complicações como rejeição crônica e doenças malignas. Devo chamar a atenção que, atualmente, as rejeições agudas e crônicas não são tão frequentes e, quando presentes, têm sido controladas.